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domingo, 30 de setembro de 2012

Resposta a "[ESTUDO] Transgênicos da Monsanto Causam até Três Vezes Mais Câncer e Mortes Precoces"

Agradeço ao Paulo Andrade, do Dept. Genética/ UFPE, proprietário do blog http://genpeace.blogspot.com, por ajudar a enriquecer o debate.

 

Abraços,

 

Luiz.


-- 


Artigo que “mostra” o surgimento de tumores em ratos provocado pelo consumo de milho geneticamente modificado carece de qualquer base científica

http://genpeace.blogspot.com.br/2012/09/artigo-que-mostra-o-surgimento-de.html

 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012




Mais uma vez o grupo do prof. Séralini brinda a comunidade científica com um artigo que pretende demonstrar efeitos deletérios do consumo de milho GM em mamíferos. Em todos os sites da internet que divulgam notícias sem ir ao fundo delas está dito o que o autor principal declarou aos jornais: que os efeito são claros, que é um crime liberar este produto para consumo, etc.

Mas o artigo é um completo desastre científico e fica muito difícil entender como uma revista científica de qualidade aceitou tamanho disparate. Para que o leitor entenda a questão é essencial saber que estudos de curta e média duração com milho GM já foram feitos com diferentes animais experimentais, em diferentes condições, e nunca apontaram qualquer efeito deletério sobre a saúde dos animais experimentais. É importante também saber que o milho NK603 é consumido por animais e serem humanos há quase uma década, pelo mundo afora, sem qualquer relato de problemas de saúde. Assim, soa muito estranho que um experimento conduzido em ratos tenha mostrado um impacto tão grande, com o aparecimento de tumores nos animais.

Neste comentário não vamos entrar nos detalhes estatísticos do trabalho e na forma deficiente como os resultados são apresentados. Isso será encaminhado ao público mais tarde. Vamos apenas trazer ao conhecimento público o que ocorre quando ratos da raça escolhida pelo grupo francês são mantidos em laboratório por mais do que os regulares 6 meses.

Os leitores devem saber que um rato costuma viver em média cerca de 700 dias, portanto menos de dois anos. A pretensão do Dr. Séralini e seu grupo de fazer um estudo de longa duração com um animal que vive tão pouco já começa errada aí. Como todos os grupos de mamíferos,  à medida que vão envelhecendo, os ratos começam a apresentar tumores (malignos ou não) em diversos órgãos e tecidos do corpo, e isso é especialmente comum nos ratos da raça escolhida pelo grupo francês. A tendência a ter tumores pelo corpo é genética nesta raça e nada tem a ver com o tipo de tratamento que se dá a eles. Claro é que muitos fatores podem aumentar ou diminuir um pouco esta tendência, mas são tantos (tipo de alimento, estresse, manipulação, etc., etc.) que é IMPOSSÌVEL deduzir o que quer que seja quando estes tumores começam a aparecer.  É exatamente por isso que os estudos com ratos em laboratório não podem ir além de uns poucos meses.

Pois bem: o Dr.Séralini empurrou a janela temporal de seu experimento até a morte dos ratos, quase dois anos depois de começar seu experimento. E, é claro, observou uma enorme quantidade de tumores nos ratos. Estes tumores devem ter aparecido também nos animais controle mas, espertamente, o artigo esconde isso num texto confuso e mal escrito. Em resumo, o grupo criou um factoide científico, empregando uma metodologia completamente errada. Suas conclusões são inválidas do princípio ao fim e é realmente uma vergonha que uma revista conceituada como a Food and Chemical Toxicology tenha aceito o artigo.

Para leitura dos mais interessados, recomendamos os artigos abaixo, já muito bem assimilados pela ciência (publicados muitos anos atrás!), que descrevem os tumores espontâneos  em ratos (da raça usada pelo grupo francês) e em camundongos:

Recomendamos com muita ênfase a leitura do artigo abaixo, que mostra a forma importante como variações da dieta (que nada tem a ver com transgênicos) afetam o aparecimento dos tumores.

[ESTUDO] Transgênicos da Monsanto Causam até Três Vezes Mais Câncer e Mortes Precoces

Thursday, 20 September 2012 |



Do site http://www.anovaordemmundial.com

Eu havia postado 2 anos atrás um estudo muito parecido sobre transgênciso e seu riscos, mas apenas agora a mídia corporativa está começando a alertar sobre o assunto.

 Recomendo a leitura deste apanhado de artigos (que inclui este estudo) postado no Fórum Anti-NOM.

 Abaixo o artigo que saiu no UOL:  

Estudo compara tumor de cobaias alimentadas com milho transgênico: o risco aumentou até três vezes

Os ratos alimentados com alimentos transgênicos morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência que os demais, destaca um estudo publicado nesta quarta-feira (19) pela revista Food and Chemical Toxicology, que considera os resultados "alarmantes".

"Os resultados são alarmantes. Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou três vezes maior entre as fêmeas tratadas com organismos geneticamente modificados [transgênicos]. Há entre duas e três vezes mais tumores nos ratos tratados dos dois sexos", explicou Gilles-Eric Seralini, professor da Universidade de Caen, que coordenou o estudo.

Para fazer a pesquisa, 200 ratos foram alimentados durante um prazo máximo de dois anos de três maneiras distintas: apenas com milho OGM NK603, com milho OGM NK603 tratado com Roundup (o herbicida mais usado no mundo) e com milho não alterado geneticamente, mas tratado com Roundup - o milho transgênico (NK603) e o herbicida são produtos do grupo americano Monsanto.

Durante o estudo, o milho integrava uma dieta equilibrada, em proporções equivalentes ao regime alimentar nos Estados Unidos.

"Os resultados revelam uma mortalidade muito mais rápida e importante durante o consumo dos dois produtos", afirmou Seralini, cientista que integra ou integrou comissões oficiais sobre os alimentos transgênicos em 30 países. "O primeiro rato macho alimentado com transgênicos morreu um ano antes do rato indicador (que não se alimenta com transgênicos). A primeira fêmea oito meses antes. No 17º mês são observados cinco vezes mais machos mortos alimentados com 11% de milho (transgênicos)", explica o cientista.

Os tumores aparecem nos machos até 600 dias antes que nos ratos indicador (na pele e nos rins). No caso das fêmeas (tumores nas glândulas mamárias) aparecem uma média de 94 dias antes naquelas alimentadas com transgênicos.

"Pela primeira vez no mundo, um transgênico e um pesticida foram estudados por seu impacto na saúde a mais longo prazo do que haviam feito até agora as agências de saúde, os governos e as indústrias", disse o coordenador do estudo.

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Outros artigos na mídia corporativa são mais céticos em relação a este estudo.

Esta matéria na Reuter coloca em dúvida o artigo citando o porta-voz da Monsanto, que disse:

"Numerosos estudos científicos peer-reviewed realizados em culturas biotecnológicas até esta data, incluindo mais de uma centena de estudos de alimentação, têm continuamente confirmado a sua segurança (dos transgênicos), como se reflete nas respectivas avaliações de segurança das autoridades regulatórias em todo o mundo."

O título da matéia na Reuters, "Estudo mostrando preocupações sobre o milho transgênico da Monsanto levanta ceticismo", tendencioso no mínimo, mostra muito bem o lobby gigantesco das empresas de limentos geneticamente modificdos.

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Está cada vez mais difícil esconder os efeitos nocivos dos transgênicos, e podem ter certeza que esta indústria irá tentar contra-atacar, através do seu gigantesco lobby e da manipulada mídia corporativa, qualquer estudo que mostre realidade.

Fontes:

[ESTUDO] Science Direct: Long term toxicity of a Roundup herbicide and a Roundup-tolerant genetically modified maize
Estudo na Íntegra
Forum Anti-NOM: Efeitos dos Transgênicos na Saúde
Digital Journal: Monsanto's GM corn and weedkiller cause rats tumors and mortality
Reuters: Study on Monsanto GM corn concerns draws skepticism

O nome dele era Enéas (entrevista de 2006)

Enéas disse as verdades que não são ditas pelos políticos comuns. Pena que nunca o levamos a sério...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

[CENSURA] Diretor-geral do Google é detido em São Paulo

http://br.noticias.yahoo.com/diretor-geral-google-%C3%A9-detido-s%C3%A3o-paulo-210221938.html

SÃO PAULO - A Polícia Federal (PF) deteve nesta quarta-feira o diretor-geral da Google no Brasil, Fábio José Coelho. O executivo foi detido por determinação do juiz Flávio Saad Perón, da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande (MS), por descumprir a ordem judicial de retirar do Youtube, controlado pela Google, um vídeo considerado ofensivo a um candidato do Mato Grosso do Sul. O vídeo em questão acusa de crimes Alcides Bernal (PP), candidato a prefeito de Campo Grande.

Em nota, a PF confirmou a detenção de Coelho, mas afirmou que ele será liberado ainda hoje, já que trata-se de um "crime menor potencial ofensivo" (desobediência previsto no Código Eleitoral, com pena de até um ano de detenção). De acordo com a polícia, seria lavrado um "termo circunstanciado de ocorrência" e o executivo seria liberado depois de prestar depoimento.

A Google se manifestou, em nota anterior à detenção, afirmando que recorreu da decisão da Justiça Eleitoral. "O Google está recorrendo da decisão que determinou a remoção do vídeo do YouTube porque, sendo uma plataforma, o Google não é responsável pelo conteúdo postado em seu site", diz a nota. Até as 17h30, a assessoria de imprensa da empresa ainda não havia se manifestado sobre a detenção de Coelho.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

TWITTER ADMITE CENSURA



terça-feira, 4 de setembro de 2012

 

Alexander Macgillivray, diretor jurídico do Twitter, diz que lutar pela liberdade de expressão é mais que uma boa ideia. Acredita que seja uma vantagem competitiva para sua empresa. Fonte: Folha.

O Twitter encontrou certa turbulência nas últimas semanas, quando pareceu ter esquecido seus princípios. A companhia suspendeu por breve período a conta do jornalista inglês Guy Adams, que vinha usando sua presença no Twitter para criticar repetidamente a cobertura olímpica da rede de TV americana NBC, empresa parceria do Twitter. Fonte: Folha.


Silenciar Adams causou indignação pública (expressada no Twitter, naturalmente), e a tarefa de explicar, pedir desculpas e amenizar danos coube a Macgillivray. No blog da empresa, ele admitiu que um funcionário do Twitter responsável por promover parcerias com grandes empresas vinha monitorando a conta de Adams e havia aconselhado a NBC a apresentar queixa à companhia. Fonte: Folha.


O Twitter, por sua vez, suspendeu a conta de Adams por uma violação de um dos termos de serviço da empresa --Adams havia usado o Twitter para publicar o endereço de e-mail de um executivo da NBC.  Macgillivray ordenou que a conta fosse desbloqueada e apresentou um pedido público de desculpas a Adams. Ele disse que era "inaceitável" que o Twitter vigiasse os tuítes, ainda que não tenha informado se o funcionário responsável pela violação foi ou não punido. "Não devemos e nem podemos estar envolvidos na monitoração pró-ativa e filtragem de conteúdo, não importa quem seja o usuário em questão", ele escreveu. Fonte: Folha.


Guy Adams é um jornalista famoso, portanto o Twitter pediu desculpa formal, mas um simples cidadão como este bloguista que teve seus 2 perfis bloqueados por utilizar-se de "conteúdo inadequado para rede social".  Um deles teve um dos perfis desbloqueados, sem explicação e sem pedido de desculpas.  O outro continua ainda bloqueado.  

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi prof. da UFPR

Twitter: @sakamori10 

A militarização e os supersalários das subprefeituras de São Paulo


http://br.noticias.yahoo.com/conhe%C3%A7a-os-oficiais-da-pm-que-dirigem-as-subprefeituras-de-sp.html

Por Agência Pública | Yahoo! Notícias – ter, 11 de set de 2012

Uma das marcas da gestão de Gilberto Kassab (PSD) à frente da prefeitura de São Paulo foi a intensa participação de oficiais reformados da Polícia Militar (PM) do Estado na administração das subprefeituras do município. A estratégia de incorporar ex-PMs à administração pública foi implantada por Kassab a partir de 2009, com a nomeação do coronel Rubens Casada para a subprefeitura da Moóca.

Uma pesquisa realizada pela agência de reportagem e jornalismo investigativo Pública constatou que das 31 subprefeituras de São Paulo, 30 são comandadas por coronéis reformados da PM – a maioria das gestões regionais ainda conta com militares na chefia de gabinete e em coordenadorias. Apenas a subprefeitura de M’Boi Mirin, na zona sul da cidade, não conta com ex-PMs em seu quadro pessoal.

O levantamento feito pela agência revela quanto ganham os policiais do primeiro e segundo escalão das subprefeituras, que ainda acumulam os salários da prefeitura com a aposentadoria da PM. Em alguns casos, por causa do resultado de setenças judiciais, o pagamento da aposentadoria ultrapassa o teto de R$ 18.725 da instituição e extrapola a marca dos R$ 100 mil.

De acordo com a Pública, oficiais reformados também dirigem o Departamento de Transportes Públicos (DTP) e o Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV) e ainda estão presentes na Defesa Civil, na CET, na Secretaria de Transportes e no Serviço Funerária. Abaixo, confira o infográfico produzido pela Pública e pela Casa de Cultura Digital.



Crimes da Nestlé são acobertados por autoridades e imprensa brasileira



 
Postado em: 21 ago 2012

As águas turvas da Nestlé: Se a grande imprensa brasileira, misteriosa e sistematicamente, vem ignorando o caso, o mesmo não ocorre na Europa, onde o assunto foi publicado em jornais de vários países, além de duas matérias de meia hora na televisão

Ao invés de aplicar multas, governo de Minas Gerais é condescendente com Nestlé.

Há alguns anos, a Nestlé vem utilizando os poços de água mineral de São Lourenço para fabricar a água marca PureLife. Diversas organizações da cidade vêm combatendo a prática, por muitas razões. As águas minerais, de propriedades medicinais e baixo custo, eram um eficiente e barato tratamento médico para diversas doenças, que entrou em desuso, a partir dos anos 50, pela maciça campanha dos laboratórios farmacêuticos para vender suas fórmulas químicas através dos médicos. Mas o poder dessas águas permanece. Médicos da região, por exemplo, curam a anemia das crianças de baixa renda apenas com água ferruginosa.

Para fabricar a PureLife, a Nestlé, sem estudos sérios de riscos à saúde, desmineraliza a água e acrescenta sais minerais de sua patente. A desmineralização de água é proibida pela Constituição.
Cientistas europeus afirmam que nesse processo a Nestlé desestabiliza a água e acrescenta sais minerais para fechar a reação. Em outras palavras, a PureLife é uma água química. A Nestlé está faturando em cima de um bem comum, a água, além de o estar esgotando, por não obedecer às normas de restrição de impacto ambiental, expondo a saúde da população a riscos desconhecidos. O ritmo de bombeamento da Nestlé está acima do permitido.

Troca de dutos na presença de fiscais é rotina. O terreno do Parque das Águas de São Lourenço está afundando devido ao comprometimento dos lençóis subterrâneos. A extração em níveis além do aceito está comprometendo os poços minerais, cujas águas têm um lento processo de formação. Dois poços já secaram. Toda a região do sul de Minas está sendo afetada, inclusive estâncias minerais de outras localidades.
Durante anos a Nestlé vinha operando, sem licença estadual. E finalmente obteve essa licença no início de 2004.
Um dos brasileiros atuantes no movimento de defesa das águas de São Lourenço, Franklin Frederick, após anos de tentativas frustradas junto ao governo e à imprensa para combater o problema, conseguiu apoio, na Suíça, para interpelar a empresa criminosa. A Igreja Reformista, a Igreja Católica, Grupos Socialistas e a ONG verde ATTAC uniram esforços contra a Nestlé, que já havia tentado a mesma prática na Suíça.

Em janeiro deste ano, graças ao apoio desses grupos, Franklin conseguiu interpelar pessoalmente, e em público, o presidente mundial do Grupo Nestlé. Este, irritado, respondeu que mandaria fechar imediatamente a fábrica da Nestlé em São Lourenço. No dia seguinte, no entanto, o governo de Minas (PSDB) baixou portaria regulamentando a atividade da Nestlé. Ao invés de aplicar multas, deu-lhe uma autorização, mesmo ferindo a legislação federal. Sem aproveitar o apoio internacional para o caso, apoiou uma corporação privada de histórico duvidoso.

O terreno do Parque das Águas de São Lourenço está afundando devido ao comprometimento dos lençóis subterrâneos.

Se a grande imprensa brasileira, misteriosa e sistematicamente, vem ignorando o caso, o mesmo não ocorre na Europa, onde o assunto foi publicado em jornais de vários países, além de duas matérias de meia hora na televisão. Em uma dessas matérias, o vereador Cássio Mendes, do PT de São Lourenço, envolvido na batalha contra a criminosa Nestlé, reclama que sofreu pressões do governo federal (PT), para calar a boca. Teria sido avisado de que o pessoal da Nestlé apóia o Programa Fome Zero e não está gostando do barulho em São Lourenço.

Diga-se também que a relação espúria da Nestlé com o Fome Zero é outro caso sinistro. A empresa, como estratégia de marketing, incentiva os consumidores a comprar seus produtos, alegando que reverte lucros para o Fome Zero. E qual é a real participação da Nestlé no programa? A contratação de agentes e, parece, também fornecendo o treinamento.

Sim, é a mesma famosa Nestlé, que tem sido há décadas alvo internacional de denúncias de propaganda mentirosa, enganando mães pobres e educadores, para substituir leite materno por produtos Nestlé, em um dos maiores crimes contra a humanidade.

A vendedora de leites e papinhas “substitutos” estaria envolvida com o treinamento dos agentes brasileiros do Fome Zero, recolhendo informações e gerando lucros e publicidade nas duas pontas do programa: compradores desejosos de colaborar e famintos carentes de comida e informação. Mais preocupante: o governo federal anuncia que irá alterar a legislação, permitindo a desmineralização “parcial” das águas. O que é isso? Como será regulamentado?

Se a Nestlé vinha bombeando água além do permitido e a fiscalização nada fez, como irão fiscalizar agora a tal desmineralização “parcial”? Além do que, “parcial” ou “integral”, a desmineralização é combatida por cientistas e pesquisadores de todo o mundo. E por que alterar a legislação em um item que apenas interessa à Nestlé? O que nós, cidadãos, ganhamos com isso?

É simples. Sabemos que outras empresas, como a Coca-Cola, estão no mesmo caminho da Nestlé, adquirindo terrenos em importantes áreas de fontes de água. É para essas empresas que o governo governa? Uma vergonha!

Carla Klein, Correio da Cidadania

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O que estaria Russomanno prometendo aos pastores?

Assembleia de Deus impõe meta para eleger Russomanno

A Assembleia de Deus Ministério em Santo Amaro, da zona sul, montou um comitê eleitoral informal em sua sede, imprimiu material de campanha e até estabeleceu meta de votos a ser atingida por seus pastores a fim de tentar eleger o candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno.Nesta sexta-feira à noite são esperados milhares de fiéis para o “lançamento oficial da campanha” do candidato do PRB à Prefeitura paulista aos seguidores das 269 igrejas do pastor Marcos Galdino. Russomanno confirmou presença. “Ao término do culto, os pastores orientarão os fiéis a não apenas votar, mas conseguir votos para o nosso candidato”, diz o filho do líder da igreja e também pastor Renato Galdino, que se apresenta como coordenador político da congregação. Filiado ao PSDB de José Serra até a semana passada, ele oficializará nesta sexta-feira no culto com Russomanno sua filiação ao PRB. “O objetivo de cada pastor é trazer no mínimo cem votos para o Celso.”

O Ministério em Santo Amaro tem 500 pastores para 82 mil fiéis. Outros 2,8 mil líderes religiosos, à frente de grupos de jovens, mulheres e idosos, foram convocados a unir-se ao exército de caçadores de votos. Russomanno já conta com o apoio da Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, dono da TV Record, congregação ligada ao PRB. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto. O apoio do Ministério em Santo Amaro a Russomanno foi intermediado pelo bispo Atílio Francisco, da Universal, candidato a vereador pelo PRB.

O material de campanha produzido pela igreja inclui 1,2 milhão de cópias de uma carta - “Carta Aberta aos Cristãos” - assinada pelo pastor Marcos Galdino, em que ele pede explicitamente voto para Russomanno. É acompanhada por outro impresso com “7 motivos para votar em Russomanno”, em que o pastor Renato usa sete provérbios bíblicos.

O material inclui 25 mil adesivos para carros e 269 cavaletes com a foto do pastor e de Russomanno, “um para cada igreja” de Marcos Galdino. A propaganda será veiculada no Jornal ADBrasil, com 50 mil exemplares distribuídos gratuitamente pelo Ministério em Santo Amaro, além da TV on-line, onde os pastores pedirão voto para o candidato do PRB. Os integrantes e fiéis da Igreja estão sendo orientados a fazer o mesmo nas redes sociais.

Na calçada

Fazer propaganda eleitoral em templos é proibido pela lei 9.504/97. “Mas nós não vamos distribuir o material dentro dos templos. Teremos uma equipe para fazer isso na porta das igrejas, ao fim de cada culto. E não existe nenhuma lei que proíba propaganda na calçada”, disse Renato. Para evitar problemas, o material está sendo doado por Marcos Galdino como pessoa física, com o uso de seu CPF e não do CNPJ da igreja.


Sobre o pedido de voto pelos pastores, Renato defende: “O pedido será feito pelos pastores como pessoa física. E os fiéis não são obrigados a concordar, entende?” A jurisprudência dos tribunais eleitorais tem demonstrado que o entendimento da Justiça é outro. “A Justiça tem entendido que nos templos qualquer ato ou fala com o objetivo explícito de obter votos para um candidato é proibido por lei”, afirma o advogado Alberto Rollo, especialista em legislação eleitoral.


Os Galdino alegam perseguição do prefeito Gilberto Kassab (PRB). Eles foram multados em R$ 10 mil por irregularidades no tamanho do luminoso com o nome da congregação na porta da igreja. A multa é de agosto. “O Russomanno veio aqui na igreja no dia 19. Dois dias depois, recebemos essa multa nova da Prefeitura. Você não acha isso perseguição?”, disse. “A verdade é que somos perseguidos.”


Russomanno diz que vai regularizar a situação de igrejas que, como o Ministério em Santo Amaro, são alvo de processos administrativos da Prefeitura. Outras duas seções da Assembleia de Deus anunciaram apoio a candidatos. O Ministério do Brás apoia Gabriel Chalita (PMDB). A Convenção Geral, que reúne o maior número de igrejas, pede votos para Serra. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

MP investiga se incêndios nas favelas de São Paulo têm relação com interesse imobiliário

Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo


O Ministério Público de São Paulo investiga se a série de incêndios ocorridos desde janeiro deste ano em favelas da capital paulista têm relação com o interesse do setor privado ou do setor público em construir nas áreas de entorno dessas comunidades.

Até agora, segundo a Defesa Civil municipal, foram 31 casos na cidade --sendo 15 desde julho. O número é 30% superior ao de todo o ano de 2011, quando 24 incêndios foram registrados. Os números dos bombeiros são maiores: segundo a corporação, a capital registrou 32 incêndios até o começo de setembro de 2012 ante 79 ocorrências durante o ano de 2011. A corporação, no entanto, contabiliza também pequenas ocorrências e comunidades com qualquer número de domicílios.

Em entrevista ao UOL, o promotor de Habitação e Urbanismo da capital, José Carlos de Freitas, afirmou que, “com ou sem incêndio”, a leitura da Promotoria para os casos remete a obras públicas ou interesse do mercado imobiliário.

“Chama atenção que os incêndios vêm acontecendo de uns bons anos para cá, e a contagem deles aumentou neste ano”, disse. “Não podemos afirmar que exista uma atitude orquestrada por trás disso, mas é muito preocupante que esses incêndios aconteçam principalmente quando temos obras públicas ou áreas nas quais o mercado imobiliário tem um interesse enorme de produzir habitação à população de alta renda”, completou.

De acordo com o promotor, os procedimentos cíveis e criminais instaurados pelo MP, além de ações civis públicas já propostas nos últimos meses, apuram ainda para onde os moradores removidos em operações urbanas da Prefeitura de São Paulo, ou por conta dos incêndios, foram encaminhados.

“Temos visto que, quando esses moradores saem das áreas atingidas, eles não retornam para sua localidade e não há ações do poder público para garantir que residam onde estavam residindo –que é onde essas pessoas não só moravam como também trabalhavam ou tinham filhos em creches ou escolas, por exemplo”, definiu o promotor. “A exceção muito grande a essa regra é o que acontece com o Jardim Edith: ali, a construção de habitação popular dentro da operação Água Espraiada só foi adiante porque existe ação da Defensoria Pública  acompanhada pelo MP."

Freitas é o responsável pelo inquérito civil do MP que apura o incêndio ocorrido na última segunda-feira (3) na comunidade do Jardim Sônia Ribeiro, conhecida como “Favela do Piolho”, no Campo Belo (zona sul). Na última nesta quarta-feira (5), ele requereu esclarecimentos da prefeitura e do governo estadual sobre as ações “de ordem habitacional, assistencial, de educação e saúde no que diz respeito a essas famílias”. A estimativa é que ao menos 1.400 pessoas tenham ficado desalojadas só nessa favela.

Urbanistas contestam hipótese de “gatos”

Arquitetos urbanistas ouvidos pela reportagem também disseram estranhar a versão oficial de que a maior parte dos incêndios em favelas paulistanas diz respeito ao tempo seco e a ligações elétricas irregulares, os chamados “gatos”. Foi essa a versão fornecida, por exemplo, pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) e pela Defesa Civil municipal quando questionadas sobre as principais causas dos incêndios.

“Acompanhei esses casos e acho muito estranho, pois normalmente as favelas bem localizadas se incendiam mais frequentemente do que as mal localizadas. Além disso, esses incêndios mostram despreparo total da prefeitura em atender essas pessoas”, avaliou a arquiteta Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo.
Para a urbanista, a solução dada aos moradores removidos –cestas básicas ou aluguel social por tempo limitado– “não as atende de forma eficiente quando esses sinistros acontecem”. “Isso é uma tragédia para a cidade, porque são pessoas em geral trabalhadoras, ainda que com uma renda muito baixa. Mas não dar a elas opção de moradia faz o problema social se avolumar e afetar toda a população.”

Para o arquiteto e urbanista Leandro Medrano, professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, atribuir ao clima seco e aos “gatos” o grande número de incêndios nas favelas “é uma ofensa ao morador”.

“Porque esse cidadão está largado em uma área, ele tem uma importância muito aquém nas políticas públicas. Mas chama atenção, mesmo porque, todo assentamento subnormal [nome dado pelo IBGE para definir comunidades a partir de 51 domicílios] não tem nenhum tipo de estrutura adequada em luz e gás, por exemplo, e não são tantos casos assim de incêndio como em São Paulo”, avaliou.

“Favela influencia valor de imóvel”

Já o arquiteto urbanista Kazu Kakano, do Instituto Pólis, avaliou que ações criminosas nesses tipos de incêndio não são descartadas. “Favela na cidade de São Paulo não é só uma situação precária: ela influencia o valor do imóvel nos arredores. Há essa segregação socioespacial entre ricos e pobres, e creio sim que há essa possibilidade de esses incêndios terem razão criminosa, intencional. E como não temos uma investigação profunda desses casos, não sou otimista: acho que esses incêndios vão continuar acontecendo. Não vejo ação consistente nem em resolver o problema da moradia, nem ações emergenciais –aí não tem como ter outra conclusão", avalia.

O UOL tentou saber desde a última segunda-feira (3) da Prefeitura de São Paulo para onde as famílias removidas em função de incêndios em favelas foram levadas. A informação, contudo, ainda não foi divulgada.

Sobre supostas falhas na investigação dos incêndios, a SSP reforçou conteúdo de nota oficial, segundo a qual os casos, em sua maioria, estão relacionados aos “gatos”.